Friday, August 31, 2007

O Rei Vai Nu

"Viva quem muda
sem ter medo do escuro
o desconhecido
é irmão do futuro
viva quem ama
com o coração aos saltos
e mesmo assim vence
os seus altos e baixos
e altos e seus sobressaltos"
Sérgio Godinho in Canto da Boca

Continuo a descobrir coisas novas a cada momento que passa.
Continuo a viver emoções tão fortes como na adolescência.
Sei que vou continuar a vida toda a entregar-me assim, relembrando-me a cada momento o quanto tudo vale a pena :D
Ai o mestre, ai o mestre.... que tem sempre umas sábias palavras a acrescentar ;)

Thursday, August 30, 2007

Embalo

A banda sonora da minha semana mágica de 2007 (até ao momento)
Quase um mês depois, aínda ouço as gaitas quando deito a cabeça na almofada... e sorrio :D

Chin glin din, din, din, din..... :)

Wednesday, August 29, 2007

Duvida

Será que hibernei e estou em Novembro?!
Relembrem-me.... em que estação do ano é que estamos?!

Monday, August 27, 2007

Desiderio

SORTE CLAREZA
TRANQUILIDADE
CONCENTRAÇÃO
MOTIVAÇÃO

Sunday, August 26, 2007

Prendita gostosa

...
Ele abriu o mealheiro que encheu de moedinhas pretas e disse-me:
- Toma, juntei isto pra ti. Vai lá reivindicar qualquer coisa! ;)
Eram 2,5€ em moedinhas de 1 e 2 centimos... :D
Realmente há pessoas que sabem mesmo como nos agradar ;)

Saturday, August 25, 2007

Lentes mais ou menos graduadas!

Descrição das personagens:
Ele: jobein de 28 anos, trabalho muito bem remunerado, vive em casa dos pais sem pretensões a saír de lá. Sonha com farra atrás de farra. Fiesta e foguetes
Ela: jobein de 28 anos, salário mínimo nacional, emancipada há uns bons anos e sem intenções de alguma vez voltar a casa dos progenitores. Sonha com marcar a diferença. Fazer algo pelo mundo e pelas suas diversas componentes.

ela: confesso que já estou farta da rotina das farras. Continuo a saír para dançar mas hoje em dia, quem me tira umas boas tertúlias, tira tudo.
ele: Oh eu bem sei como isso funciona. Lá em cima o povo juntava-se todo para umas cevejitas em casa, umas cartas, umas diversoes caseiras do genero, eu ja passei por isso!
ela: pois....
ele: agora temos maior magnitude de programas, não posso falhar a isto! Sou um homem do exterior, do mundo! nao tenho propriedade!
ela: heheheh.... então estás a dizer que não sou uma mulher do mundo?
ele: E velha!
ela: lololololololololol.

É impressão minha ou anda por aí muita gente desorientada?!

Thursday, August 23, 2007

Olhe, faz fabôre....

É uma tosta de queijo e tomate com oregãos e um sumo de laranja natural aqui pró lanche da menina!
hum.... Estou cá com uma larica....

Quero férias!

Bocejo.
Esfrego os olhos em jeito de mimo preparativo para outra noite de sono revigorante... no entanto, acabei de acordar.
O corpo cansado ao estilo alentejano, procura um banco confortável para recuperar as forças que aínda nem começou a usar.
A cabeça lateja com a mesma intensidade de ontem à noite: altura em que a encostei à almofada na esperança de a fazer descansar. Quero deixar de ouvir estas vozes todas cá dentro, que sussurram e gritam quase em uníssono. Correm como se fossem milhares de particulas histéricas que se esbarram contra as paredes. Tentam saír. Rasgar. Estraçalhar-me o crânio em milhares de pedaços mais pequenos que o pó.
GRITAM em altos berros. Fico surda.

Quero um momento de silêncio, o branco, a leveza. A paz!
As ideias constantes, massacram-me o cérebro: transformado num farrapo velho que a lavadeira esfrega com afinco no tanque de cimento. Áspero, frio, dolorosamente rugoso. Arranha! A dor!
Estou exausta.

Erros do passado e do presente atormentam-no constantemente. As vozes, as frases, as atitudes de que me arrependo, saltam-me aos olhos em flashes de luz. Não os consigo ultrapassar. Não vejo mais nada.
Depois é a vez das dores provocadas por terceiros me cegarem. Passados tão longínquos que já deviam estar esquecidos ainda conseguem saltar até ao presente. Remorsos: do meu silêncio, da minha cobardia, do meu radicalismo.

Entretanto chegam os sonhos e entusiasmos de sempre, de agora e do futuro. Cuja magia cintilante não lhe dá descanso também. A expectativa, a emoção, a necessidade de marcar, de ficar, de ser mais e mais e mais.... Não há permissão para a paz entrar.
Por fim vem o famoso medo... tão preto e firme. Fedorento e nauseabundo como o enxofre e o metano juntos. A bomba que tento ignorar mas aínda não consigo. Nos gestos todos que faço e naqueles que evito... Não consigo fugir-lhe: o erro! Fantasmas que vivem no meu ombro, nos meus calcanhares.

Os sintomas espalham-se pelo corpo: a garganta vive apertada, o estômago anda às voltas e os enjoos são constantes. As mãos suam e dos sovacos caem gotas em forma de enxurrada. A arritmia cardíaca já nem sinto: tornou-se um hábito.

Das coisas que precisam saír daqui, aínda não sei quais são. Ou se calhar, só não as quero encarar! Como só os fortes dos meus ideias o conseguem fazer.
Quero ser como eles! Um dia.... forte e finalmente a paz!
Não falo de felicidade ou tristeza, de amor ou ódio ou qualquer outra emoção forte. Falo de paz, tranquilidade, silêncio: conforto interior!
A ânsia de lá chegar consome-me. A necessidade de encontrar as botas das 7 léguas.... e poder trocá-las pelo chumbo que tenho nos pés. O caminho é lento. E eu sou tão acelerada.... A paciência que só conheço de ler nos dicionários. Vocábulo mais esquisito que não consigo encaixar em mim. O tempo voa e aínda há tanto que quero viver!!! E ele não espera por mim.
O cansaço que me atrasa e acaba por bloquear.
A paz que teima em não chegar.
QUERO FÉRIAS..... DE MIM!!

Monday, August 20, 2007

Não dá para passar em branco!

Estava eu ontem à noite numa luta fora de série para manter os olhos abertos, quando vi uma noticia que me fez despertar (mas só mesmo durante a noticia).

A Administração do Hospital Pedro Hispano em Matosinhos, prescindiu do dinheiro destinado aos carros novos (sim, os médicos são pobrezinhos e o estado tem de lhes dar $$$ para comprarem mercedes e essas coisas importantes que os impeçam de ficarem subnutridos) dos seus médicos para comprar material neurológico para essa unidade.
Em entrevista no telejornal, um médico da administração dizia que todos os seus colegas já tinham carro próprio e não precisavam de outro. Além disso, como o Hospital não recebeu apoios (sabemos nós muito bem de quem) para actualizar e melhorar a unidade neurológica, decidiram canalizar esses 175 MIL EUROS destinados aos veículos ligeiros, para a melhoria do serviço de saúde neurológica daquele Hospital!

Curiosamente, andei agora na net a investigar mais informações sobre essa notícia e não encontrei nada....
Pergunto-me:
Será que não se deve falar deste momentos de lucidez que algumas pessoas importantes têm???
Será que, numa era em que os nossos dirigentes políticos passaram a saúde para ulitmo plano, eles temam que "ter dois dedos de testa" seja uma doença contagiosa e apareçam mais pessoas com carácter?!

Eu cá, acho que este tipo de atitudes não podem passar em branco e devem ser divulgadas!!!!
Afinal, ainda há uma luzinha ao fundo do tunel ;)

Monday, August 13, 2007

Continuar a Acreditar!

Quando era mais pequena, apelidavam-me de bicho do buraco.
Não falava com quase ninguém, não comunicava com outras crianças e só me sentia bem quando estava entre familiares ou então, sozinha.
Era muito tímida, envergonhada. Vivia no mundo imaginário das princesas e dos afectos. Na minha cabeça tudo devia ser cor-de-rosa e a palavra partilha era tão importante quanto o respirar.
Não me conseguia encaixar em lado nenhum. As crianças gozam com os outros, tiram-lhes os brinquedos e até batem só por desporto. Nunca compreendi isso e não sei alguma vez virei a compreender....

Fui para a escola primária e comecei a fazer as primeiras amizades.
Foi aí que conheci a I. a minha melhor amiga até ao ciclo, altura em que ela conheceu a S. que por todas as características e mais uma se tornou a melhor amiga da I. E eu, lá fiquei num canto, cheia de minhoquices e complexos sem perceber o porquê de já não encaixar nos parâmetros de melhor amiga, ou sequer de amiga próxima...

O ciclo acabou e o secundário chegou. Com ele uma nova escola, onde já não se jogava ao elástico e fumava-se em todo o lado. Um choque tremendo... eu só queria era brincar!
Não queria estar lá e frequentemente chegava a casa a chorar (por dentro) porque queria voltar à velha escola.
Lá andei uns anos ao dEUS dará. Conheci a M. e as outras 3 amigas, mas a M é que era! Uma maluca, sem complexos, com bastante sucesso entre os rapazes lá da escola, e com uma história de vida muito desenvolvida para a idade. Enfim: tinha muito a aprender com ela, sabia que iria crescer. Mas não deu para encaixarmos juntas por muito tempo...

Voltei a mudar de turma. Era a turma B. Só conhecia uma pessoa, o G. Um géniozinho por natureza que pacientemente me explicava aquelas contas todas confusas que tinha de aprender na perfeição para acompanhar o nível de produtividade do resto da turma.
A versão feminina de génio tornou-se também uma amiga especial. Tão especial que fazia parte da minha vida rotineira. Era divertida e muito atinada. Iamos prós copos, tinhamos private jokes e falavamos dos problemas da altura com afinco, durante horas sem fim.
Era muito bom!

Mas a universidade veio e os nossos caminhos separaram-se irremediavelmente para sempre. Eu só vinha aos fins de semana, ela tinha os novos colegas de faculdade que, nunca cheguei a conhecer.
Entretanto veio a M, a I, a C. Entre namorados e emigrações, lá foram todas desaparecendo dum momento para o outro.
Virei-me pros rapazes pois estava farta de não conseguir preencher requisitos de personagem fundamental na vida das minhas "amigas".
Pior emenda que o soneto.... Veio o M, o G e até o A. que curiosamente desapareciam assim que arranjavam uma dama fixa.
E esta madame que sempre foi solterissima (não por vontade) voltava a assombrar-se com as minhoquices do "porquê?" e a arranjar mil e uma coisas diferentes para fazer e assim ocupar o tempo e os pensamentos que estavam destinados aos "amigos"
Porquê é que não consigo cativar? Porque é que não consigo manter?
Como é possivel passar de bestial a besta num ápice? - são questões que sempre me atormentaram.
Nunca tiveram a coragem de dizer e eu nunca tive a inteligência de perceber....

Veio a Y, uma lufada de ar fresco. Parecia tão parecida. Emocionava-se quando eu dizia: "não dou mais do que aquilo que recebo"..... E eu, feita estupida sentia-me contente por imaginar que havia ali alguém para ficar. Talvez pensasse como eu, talvez se entregasse de alma e coração às amizades, do mesmo modo que se entregaria ao amor.... Mas a inteligência nunca foi o meu forte, e o macho que lhe conquistou o coração, também ficou com a parte que era minha....
Nunca mais lhe pus as vistas em cima...
Finalmente, havia quem se safasse e me fizesse acreditar em algo mais profundo: a A. Conheci durante anos, numa convivência fora de série. Pessoa fechada e conflituosa, não tinha muitos amigos... também, não se dava a ninguém que não fosse o home dela. Mas eu sabia que valia a pena e queria mostra-la aos outros. Sabia que todos teriam muito a ganhar... A A. ganhou um terreno incrivel! Ao fim de 6 meses já toda a gente a adorava. Já era a raínha do gang, do dia e da noite, dos homens e das mulheres....
Tudo estava bem. Eu era importante na vida dela, ela importante nas vidas dos meus pedaços, todos se davam bem e eu achava que era a melhor amiga da vida de alguém... Estava em paz.
"o maior cego é aquele que não quer ver", já diz o ditado, e eu sempre fui cegueta.
A A. começa a entrar em paranoias, e tento chegar perto. Falo, ela rosna. Faço festas, ela repele a minha mão com nojo, digo-lhe o quanto ela é importante e ela responde-me que sente falta daquela que a deixou por causa dum gajo....
Diz que não acredita no amor e muito menos na amizade.
O meu coração parte-se em mil, apercebo-me do meu papel de recurso na vida dela e a minha alma evapora-se para todo o sempre.
Afinal de contas por mais que me esforce e que dê o que tenho e o que não tenho, nunca serei indispensável, nunca serei importante, nunca serei a numero 1 na vida de ninguém. Apenas recurso.
Dor maior não me pode acompanhar, pois sempre vivi para as amizades.
De qualquer modo, a vida boa é dos fortes e não me deixarei entrar pelos clichés de "eu não acredito na amizade", pois tenho a certeza que toda esta gente que agora falei, levou com o meu amor total com todas as forças e saberes que conhecia e conheço. Continuo a acreditar na amizade até morrer. Porque sei que todos eles levaram doses grandes de surpresas boas, convites para tudo e mais alguma coisa, partilhas, a minha entrega total, ataques de mimo bons e hiperactividade provocada pela alegria sentida por os ter de perto. Pelo menos a minha amizade, todos tiveram!
Uma das frases da minha vida é: "tens de dar primeiro, aquilo que queres receber depois" Mesmo sabendo que a segunda parte da frase é quase impossivel de ocorrer, não deixo de cumprir com o princípio.

E já que tenho a fama dos julgamentos tiro também o proveito:
Secos e ocos são aqueles que não acreditam na amizade e no amor!
amor, amor, amor