Friday, December 26, 2008

Quando é que isto vai parar?! Já começo a acusar o cansaço e a demência vem estender-me a mão.... Quando é que isto vai parar?!

Thursday, December 25, 2008

Natal.... ou lá o que isso é.

Já gastamos o salário e o subsidio de natal (quem tem a sorte de o ter) em prendas que muitas vezes nem são reconhecidas.
Já perdemos tempo e ganhamos cansaço na busca interminável das oferendas natalícias.
Já contribuímos para a felicidade e crescimento da nossa amiga diabetes com a quantidade absurda de comida e bebida que ingerimos nas ultimas 24h.
Já negamos pão e cobertor quente ao inadaptado que nos pede esmola à porta do supermercado onde compramos as iguarias para a consoada.
Já sorrimos e beijamos aquela família que não conhecemos nem nos conhece... mas quer sempre saber tudo.
Já falamos da nossa vida pessoal e profissional àquela tia ranhosa que espera encontrar falhas no nosso precurso para se sentir melhor.
Já explicamos pela enésima vez aos primos da nossa idade que ostentam uma carrada de filhos e a aliança de casamento (tremido...) que continuamos solteiros e descomprometidos por tempo indeterminado (porque é que insistem em tentar fazer-nos sentir inferiores?!).
Já voltamos para casa, sós, com a mala cheia de prendas e o coração vazio de amor.

Feliz Natal... ou lá o que isso é!

Saturday, December 20, 2008

omens! (sem H, maiusculo ou minusculo)

Um quer-me foder, outro nem sequer me quer ver... ou se calhar até via, se soubesse que a seguir fodia. Outro diz que me quer, que gosta desta mulher. Do trabalho importante, uma vez por mês me veria e assim teria a foda que alivia. Outro diz que vem, que demora no máximo 10 minutos a chegar... as horas continuam a contar e eu solitária, a fingir que não há azar.
Dizem eles que devo ter tino, que faço de tudo um exagero.
Mas a mim ninguém perguntou se quero fazer o pino e rejeitar o respeito a que sei que tenho direito.
Sou primeiro pessoa, depois mulher. Pra ti é difícil entender, pra mim impossível não o ser!

Friday, December 19, 2008

Devaneios

caco, farrapo, macaco
solidão doentia,
mente, atrofia
dor indolor, frio sem pavio
silêncio preto, abraço seco
cansaço, picasso,o erro é crasso
entusiasmo do caralho, era uma vez uma carta caída do baralho
furacão sem mão. cavalo sem neto
bicicleta sem pedal
e o pedestal?

Thursday, December 18, 2008

Calma

A próxima vez que alguém me disser para
"ter calma",
é bem capaz de levar com um biqueiro nos dentes. Mas daqueles biqueiros tão bem dados, tão bem dados que não vai sobrar nem o dente do siso para contar como era a vida dentro daquela boca!

Tuesday, September 16, 2008

Pais e filhos

Tenho uns progenitores que todos dizem ser um espectaculo!
Não nego tal afirmação. São bem "à frente para o seu tempo" e até conseguem ser bastante tolerantes.
Mas.... telefonarem 3 vezes por dia e passarem a vida a fazerem visitas surpresa à minha toca, só porque lhes apetece ou porque acham que estou com a moral em baixo... para uma mulher de 29 anos, emancipada e cada vez menos apegada aos seres humanos como sou, a situação é tão desgastante, tão desgastante que por vezes chego a tremer quando o ouço as "fadinhas" a tocar e vivo à espera do momento em que o meu telefone dê o berro e possa finalmente, passar 3 dias sem ter de o ouvir tocar infinitas vezes por dia e sofrer dos reflexos condicionados que aquele toque já criou em mim!
A pergunta impõe-se: como ser assertiva, sem ser confundida com mal agradecida?!

Friday, July 11, 2008

Ela, a coisa, aquela... hum... quem?!

Às vezes a tristeza dela é tão profunda, que nem as lágrimas conseguem aliviar aquela dor.
Não há esquerda nem direita; Em frente ou para trás. Nem sequer há espaço para a diagonal ou para o cimo ou para o baixo.
Simplesmente não se compreende, apenas não se entende.
Não há luz, não existem cheiros, não há tacto, gosto ou sons.
Não há nada.... e o nada, não vai mudar.
A pergunta impõe-se: continuar porquê?!
Às vezes, nem as lágrimas conseguem aliviar.

Sunday, June 22, 2008

Quanto mais convivo com seres humanos, mais me apercebo que a miséria social em que vivemos depende exclusivamente do "zé povinho": tão pequeno e centrado no próprio umbigo.

Sim, cada vez faz mais sentido o meu autismo!

Xiça, que mentes tão tacanhas, que corações tão fetidos!

Wednesday, June 18, 2008

O dia faz-se noite;
da noite nasce o dia.
E eu cá vagueio,
no meio da vergonha e do descrédito
desta coisa a que levianamente chamam vida

Autista

Na solidão infinita dos teus devaneios de vida, continuas isolada do mundo.
A imaginação confunde-se com a realidade e perdes a noção daquilo que vives e do que não passa de um sonho... a "esperança" é somente uma palavra do teu dicionário empobrecido, cada vez mais negro e oco. Os dias passados entre 4 paredes, isolada do mundo por vontade própria (ou não), dão-te o conforto da ausência de perguntas, dos olhares indiscretos, das conversas de circustância e do silêncio que procuras, mas não consegues ter... As centenas de vozes que, sem cessar, sussuram e gritam aos teus ouvidos de tísica. Graves, agudas, estridentes. São histéricas, são loucas e dementes. Doenças dos teus inadaptados. Cada vez mais autoctones do teu mundo. Vozes criadas nos teus momentos de solidão diária: intensos e frequentes como o teu planeta autista não diagnosticado.
Essa cave onde vives, que a cada nascer do sol se entrenha mais em ti e te afasta da realidade que não consegues suportar, que não consegues compreender, que nunca quiseste para ti. Nunca aprendeste a lidar com o real, nunca acreditaste que o real pudesse alguma vez ser: tão cão, tão triste, tão só. Nunca ganhaste a sabedoria de vida e dentro do imponente invólucro de aço que ostentas, esconde-se a palavra que mais temes: frágil!
Onde é que isto vai parar?!
Ninguém tem paciência para gente deficiente!

Thursday, May 29, 2008

Perfeito

Pacheco + Manguito = Perfeição
:D

Wednesday, May 28, 2008

Previsões

Com as couves e a batata para a sopa, D. Zulmira sobe a calçada em passo lento e pesado.
Tão pesado como as dores da sua vida, que queimaram aquilo a que um dia chamaram coração e hoje, não passa duma urna de cinzas sem vontade de palpitar.
Os gatos da rua conhecem-na bem. Duas vezes por dia vai lá dar-lhes os restos da sua solitária sopa... e contar-lhes as novidades que não tem. Inventa sempre uma história nova, que conta com um sorriso rasgado e de olhos desbotados como as memórias doces que teima em não abandonar. Enquanto comem e a ouvem, a anacoreta D. Zulmira alivia a sua mágoa e exercita as cordas vocais que mal se lembram do quanto vibraram em tempos que já lá vão.

Thursday, May 8, 2008

Não há pachorra

Sabemos todos que não devemos desejar, ansiar, sonhar, voar e essas tretas terminadas em ar que, tal como a terminação o indica, são extremamente voláteis, invisiveis e deambulantes.
No entanto, ninguém o consegue deixar de fazer.
(A não ser, talvez, os monges budistas com anos e anos de treino e aqueles a quem a vida já fez o favor de destruir o coração)
Vivemos constamente na corda bamba entre o conforto da certeza e a dor das duvidas e dos "filmes" que o nosso cérebro desenvolve e refina.
Não há pachorra para fingir que está tudo bem. Não há pachorra para pensar: é desta!
Não há pachorra para sorrir durante 5 minutos e fazer cara séria o resto do dia.... isto na melhor das hipóteses, porque há dias que nem se percebe o porquê do acto de sair da cama.
Não há pachorra para correr atrás.
Não há pachorra para arranjar mais desculpas para correr atrás.
Não há pachorra para dizer: oh, que se lixe!
Que se lixe o caraças! Porque a história do mexilhão já conhecemos todos muito bem.
E por vezes ponho-me na praia no meio das rochas e apanham-me juntamente com os outros mexilhões todos! Estou completamente camuflada.
Procuro um vulcão de amor que não sei se alguma vez vou encontrar. Gostava de poder queixar-me de saber o que é isso dos ciumes exacerbados, das flores à porta de casa, do pequeno almoço na cama, das 200000 mensagens por dia a dizerem coisas tão bonitas que me deixam ruborizada... Procuro um cavaleiro andante que se perdeu no século XVIII e aínda não encontrou um corpo onde reencarnar. Será que o vou encontrar antes de servir de alimento pros bichos da terra?!
Será que vou resistir tanto tempo?
Já começo a falar sozinha e nem reparo.
Seco-me cada vez mais a cada dia que passa... o que mais desejo, mais longe está e vivo apenas da memória daquilo que a vida me deu a cheirar em tempos que já lá vão e que por mais que me esforce não consigo recalcar.
A felicidade daquela época, nunca mais a voltei a encontrar.... ou talvez sim. Mas foi durante tão pouco tempo que não passou mesmo disso: um cheirinho para avivar memórias que deviam continuar adormecidas.
A rolha na garganta é uma constante. O corpo anda tão cansado que os pés se arrastam e tropeçam ao subir os passeios. Não conseguem elevar-se mais. Estão cansados e desiludidos da dança entre um e outro. Querem mais dois que os permitam voar. Assim sozinhos, não têm mais forças. Assim sozinhos, são efermos.... e não é pela força que possam ter 4 pés juntos. É pela certeza de saberem que têm onde cair, naquele momento em que por ironia do destino, as forças começam a escassear...
Prisão para uns, liberdade para outros.
É tudo uma questão de pontos de vista.
Onde uns vêm complicação e prisão, outros vêm simplicidade e liberdade
A liberdade do amor para mim. A prisão do amor para ti.
Não há pachorra pra tanta diferença.
Não há pachorra pra tão pouca procura.
Logo eu que passo a vida a vasculhar o lixo em busca de preciosidades que ninguém mais quer.
Os tesouros que se deitam fora.
Como é que se deita um tesouro fora?!
Cansada, muito cansada de não ter. Muito cansada de fingir, demasiado cansada de compreender e dizer: amen.
2 MESES!?
Então e eu?!
Não importa pois não?! Pois eu: não tenho pachorra para monólogos!
Non voglio vederti mai piu!
Non voglio vederti ne anche nei miei incubi!

Friday, April 18, 2008

Olha lá o cirigaita!

Faz-te à vida, parte para outra, viaja, estuda, desaparece!
Por trás da educação, esconde-se um furacão... e sinceramente, não me apetece nada ter de ir aí "mentalizar-te" que é melhor pra ti, ficares quieta no teu canto.
Não brinques comigo, porque há jogos que é melhor nem tentares jogar :D

Thursday, April 10, 2008

O Clero em mim

Hoje, só para aliviar este mau estar interior, fazia uso disto:

(The Iron Maiden of Nuremberg)

Não mata de imediato.

Deixa a vitima esvaír-se em sangue e dor!

Hoje, eu ria-me, como a cólera deste Clero que às vezes se apodera de mim...

Desculpa

A dor que me provocas é acutilante!
Aguda, e fria
Assustadoramente sombria.
O fedor nauseabundo...
Intoxica o meu mundo.
Vomito neste dia
As dores da minha agonia!

O teu umbigo é só teu
Não há espaço para o meu.
Não te quero ver mais,
Não te quero conhecer mais.
Não quero mais sorrisos teus
Não levas mais beijos meus!
Não quero ouvir falar em ti!
Queimo e rasgo as memórias de ti.
Desejo a tua morte em mim
e o fim da cegueira, SIM

Rogo por esquecer-te
Estou cansada de não ter-te
Odeio a esperança que me deste
e todos as alegrias que me ofereceste.
Puxaste-me o tapete
E deixaste a meio o minete.
Desconfio: foi o diabo quem te instruiu?
Vão mas é prá puta que vos pariu!

O teu desprezo
É maior que o meu peso.
A solidão e tristeza
Assentam-me que é uma beleza.
Dores destas não preciso
Eu não volto a perder o siso.
Eu sou assim não tenho culpa.
é pá...como tu dizes: Desculpa

Tuesday, March 25, 2008

Duvida

Para quê tentares dar o teu melhor,
se o teu melhor é pior do que o medíocre instituído?!
CORAÇÕES AO ALTO

Aos Deuses que veemente anseio a existência real,
À Mãe que comanda a vida de todos os que nela habitam,
A mim que por aqui deambulo numa perdição sem igual...

Rogo de joelhos no chão, de coração desfeito e mente esfacelada
Que arranquem de mim todo o amor que aínda posso ter pra dar.
Que me ceguem os olhos da ilusão,
Que indiquem o caminho para a minha estrada
E me acorrentem os pés ao chão