Thursday, September 27, 2007

Simone de Beauvoir às voltas no túmulo!

Há coisas que realmente me tiram do sério.

Talvez fruto da educação que tive (nada a haver com puritanismos), talvez seja apenas o meu mau feitio a falar mais alto (acredito que não há defeitos, mas sim feitios e pontos a trabalhar)... mas honestamente acho que somos todos responsáveis pelo mundo em que vivemos e pelo estado em que ele está. Temos todos de trabalhar para que haja igualdade de oportunidades e somos todos obrigados a respeitarmo-nos e a respeitar os outros. Somos obrigados a dar o nosso melhor e a contribuir para a solução de muitos males que, frequentemente, desculpamos como "culpa do governo"


(olha a rolha a saltar...).

Pois hoje, quando fui por gasolina no carro, cheguei à bomba e dei com um aparato "maravilhoso" promovido pelos pneus Continental.

Na entrada da porta para a zona de pagamento estavam duas belas moçoilas, louras de olhos claros, pele sedosa e vivaz a promoverem a segurança rodoviária. Até aqui tudo bem! Todos nós temos de lutar pela vida e as promoções são sempre um bom biscate...

Mas, o problema surge quando começo a descer os meus olhitos - que estavam fixados nos cabelos louros das meninas... - e me deparo com uma t-shirt branca justissima, uns calções vermelhos daqueles de bochecha do rabo à mostra, umas brutas dumas pernas rijas, isentas de celulite e com um ar de quem aínda frequenta a praia e para terminar em glória o sapato de agulha "vermelho verniz das unhas".

E isso sim, tira-me do sério!

Não tenho problemas com o uso desse tipo de indumentária (até porque se tivesse um par de pernas daquelas a mini-saia seria uma das milhas melhores amigas).... mas à noite, para saír, para uma festa, para o convívio com os amigos, enfim para o lazer.

Agora para trabalho?! PARA TRABALHO????

Imagino logo a Simone de Beauvoir às voltas na tumba ou a nossa Maria de Lourdes Pintassilgo que nem um funeral com honras de estado teve a deitar as mãos à cabeça de aflição!!!

É que nós, mulheres, há muito que lutamos por um lugar no mundo onde sejamos vistas como pessoas e não um género com todas as implicações fisiológicas e fenotipicas! Há muito que lutamos para semos ouvidas e consultadas. O direito a voto! Um salário igual ao do sexo oposto, ou o direito a engravidarmos sem sermos dispensadas do trabalho.... ou podermos dizer, estou mole e cheia de dores menstruais sem pensarem que somos fraquinhas (amigos, estamos a perder SANGUE durante dias seguidos! Qual chuck norris, qual quê!) E já nem falo de outras culturas mais fundamentalistas onde são usadas atrocidades como apedrejamentos até à morte caso saltemos a cerca ou da famosa "mutilação genital feminina".... (poderia continuar mas não tenho tempo)

E depois, vêm estas miudas para a rua, detentoras de corpos esculturais que, em vez de dizerem "I have a brain" (in Sexo e a Cidade, por Miranda) e imporem algumas regras de respeito POR ELAS PRÓPRIAS, ficam todas histéricas de felicidade porque passam a vida a ouvir piropos de machos cuja unica intenção é a de "cuidarem" das lolitas! Só me apetece citar o Gabriel o Pensador...

Só posso dizer: ANOS de luta infindável, para depois presenciar estas coisas... tsc tsc tsc

Deixo aqui um pensamento da nossa unica Primeira Ministra (governo provisório em 1979, que orgulho):

"O feminismo não é uma luta das mulheres contra os homens. É a luta das mulheres pela sua autodeterminação. É o processo de libertação de uma cultura subjugada, é a conquista do espaço social e politico onde a mulher tenha lugar”. (By Maria de Lourdes Pintassilgo)

Wednesday, September 26, 2007

Visita de médico

Não tenho tido tempo para atirar palavras por estas bandas.
A "Bio Aqui Tão Perto" já inaugurou e até ao final do mês, não devo conseguir dedicar-me a mais nada para além da lojinha.
Mas, na semana passada, houve duas frases de duas pessoas diferentes que ficaram no meu coração. :D
E como sei que tenho memória de peixinho dourado, não posso deixar de as escrever aqui... mais dia, menos dia, vou acabar por ler o blog todo outra vez e sentir as mesmas emoções daqueles momentos que, provavelmente, já estarão esquecidas
Defino esses momentos numa unica palavra.... PAZ :D

M: Tu chegaste a acabar o curso?
P: Não....
M: Mas falta-te muito?
P: Uma cadeira e não vou acabar.... (olhar envergonhado)
M: Oh, também isso não interessa para nada. Não te preocupes :)
P: .... (silêncio).....- e um sorriso interior de orelha a orelha
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A: Vai em frente porque na pior das hipoteses vais aprender imenso!

Já tinha pensado em coisas como: "mais vale arrepender-me daquilo que faço, do que daquilo que não faço"; "só se vive uma vez"; "quem não arrisca, não petisca" e " em ultimo caso, se tudo correr mal, atiro-me ao rio"..... (sim, sim, sou tendencialmente dramática. Descendo duma familia de artistas, o drama corre-me nas veias ;))
Agora.... "na pior das hipoteses vais aprender imenso" é que nunca me tinha passado pela cabeça! E é uma das frases mais confortáveis que ouvi até hoje! :D

Tenho a noção que sou demasiado exigente nas minhas relações pessoais. Ralho, zango-me, exijo e até chego a julgar actos que não estão em conformidade com as minhas convicções (mas afinal, quem é que não o faz?!)! No entanto não me esqueço de palavras boas que me dizem assim... vindas do nada!
O mais certo é estas duas meninas não fazerem a menor ideia do conforto que me deram naqueles momentos! Talvez nunca o venham a saber nem sequer a aperceber.
Rio-me.....
Atrás do muro das exigências esconde-se a avidez das palavras doces....
Onde um grão de açucar toma a dimensão do leite condensado :D

Tuesday, September 18, 2007

Saudade

Não estou a queixar-me dos tempos de agora. Longe de mim tal ideia! Ando tão radiante que se fosse cardíca já tinha morrido com um enfarte. Vivo tempos muito desejados e esforcei-me mais do que pensava conseguir para chegar a este momento
Mas..... (há sempre um mas ;) )
Hoje bateu-me aquela saudade de começar do zero, num sitio onde ninguém sabe quem sou nem quem fui... de reinventar-me da forma que me apetecer e ter de passar a vida a dizer: "olá, sou a Pipas e tu?"
Bateu-me a saudade de não conhecer o meio que me rodeia, de me perder, de procurar, de perguntar, de conhecer outra lingua, cultura, gastronomia... (nhami). De ver tudo com olhos de inocência e ignorância, como se tivesse acabado de caír ali, vinda do nada. Da mochila às costas com roupa de Verão e Inverno misturada; da outra mochila cheia de livros e canetas e retratos e papelinhos e recordações de "pedaços meus" que ficaram lá, nas suas vidas.
Bateu-me a saudade da aventura, das correrias, da procura da casa e de compreender as leis alheias (esta parte é fácil... nem as nossas consigo compreender ou conhecer, lol), dos combios e dos aeroportos; das idas ao posto de turismo perguntar: o que é que se faz aqui? tem um mapa da cidade? há programa cultural?.... Senti saudade de me sentir estrangeira, de perguntarem pela minha cultura e poder ficar horas a fio a falar sobre as minhas raizes, com os olhos brilhantes de orgulho e saudade.
Bateu-me a saudade de não compreenderem as minhas piadas porque o humor daquela cultura é diferente....
Enfim, bateu-me aquela saudade de EMIGRAR :)

Saturday, September 15, 2007

Em verso

Oh vida que vais tão alta
agitada como um tornado,
mantém-te próspera e entusiasta,
mas dá-me um dia sossegado
Força aí, já falta pouco :)

Thursday, September 13, 2007

Era doce :)

Será que algum dia, nós donos de cães, poderemos vir a perguntar aos pais das criancinhas que se chegam aos nossos canídeos:
- Faz mal? Puxa-lhe as orelhas?
Ou então, poderemos vir a dizer coisas como:
-Cuidado Stimpy, não te chegues que ela/e pode puxar-te o rabo!
Sem levarmos uma resposta torta ou uma chapada nas trombas?

É que eu, tenho sempre de ser educada e compreensiva com os pais que fazem essas perguntas ofensivas sobre a minha cadela.... ;)

Monday, September 10, 2007

Convenção

Estive a pensar (esta cabeça massacra-me, hehehe) e no fundo, não sei se sei verdadeiramente o que é um Amigo e uma Amizade.
Pergunto-me: qual a definição destes dois sentimentos segundo o dicionário? Há dicas de comportamentos a tomar?! Sentimentos a expor e a alimentar?! Há regras?! Limites?! Quando é que passamos de "amiguinhos" a amigos?! Afinal é uma relação a 2 ou apenas um monólogo do nosso coração?!
Tenho as minhas ideias, mas parece-me que são um bocado deturpadas e muito pouco compreendidas..... por isso, fui ver o que está convencionado

Assim, segundo esta fonte, eis as
definições oficiais:
AMIGO: s. m., o que quer bem;
adj., favorável; partidário; aliado; afeiçoado; que tem amizade.
AMIZADE: s.f, afeição; amor; boas relações; laço cordial entre duas ou mais entidades; dedicação; benevolência.
Acho que fiquei na mesma...
Alguma sugestão?!

Sunday, September 9, 2007

"Roubaram-me o Portátil"

Fui parar a uma piscina onde já tinha estado num sonho anterior.
Uma piscina com tanques interiores e exteriores ao estilo da Municipal de Vila do Conde, mas com a diferença das piscinas interiores estarem todas dentro de salas grandes, distribuídas do lado direito dum corredor enorme, branco. Do outro lado, viam-se as escadas de metal que desciam. Não sei onde iam dar, mas parece-me que era à saída.
Abri uma porta e lá estavam uma carrada de miudos a nadar (sem professor) de um lado para o outro. As toucas eram predominantemente azuis e todas daquelas que não arrepelem os cabelos. Depois abri outra: a mesma coisa mas com velhos.... e depois abri a última: 2 pessoas de touca azul que apareciam e desapareciam. A piscina não era maior do que o meu quarto. Não tinha touca e a minha irmã também não.
Apetecia-nos dar um mergulho, mas sem touca era dificil... De certeza que nos iam apanhar e não me apetecia nada ouvir um raspanete com razão. Ela arriscou e atirou-se à água para dar um mergulhinho. Eu não arrisquei tanto. Estava aflita com o sitio onde deixar o telemóvel. O único lugar disponível era um murinho azul claro depois de uma poça de água para lavar os pés.... fiquei ali a matutar e entretanto ela saiu da água. Tudo correu bem.
Saímos de lá.
Ao batermos na porta, reparamos que estavamos num bar de madeira escura. Também já lá tinha estado noutro sonho. Estivemos ali dum lado para o outro. Havia uma piscina enorme no meio, rodeada de uma estreita camada de relva verde (presumo que fosse sintética). De um dos lados, uma loja de souvenirs e material para a praia. Mais à frente uma perfumaria e depois um café.
Tomamos um gelado e decidimos descer em direcção à festa. Saímos do bar (que não tinha porta) e descemos uma rua muito inclinada, como se fosse a R: do Amparo ou da Rampa da Escola Normal. A minha irmã andava mais depressa do que eu (o que é raro), passamos um casal que se beijava e quando chegamos ao fim da rampa, lembrei-me que tinha deixado o portátil em cima da cadeira. Tinha lá tudo, incluíndo a carteira!
Com a aflição disse à Rita: vamos já para cima e a correr!
A rampa era mais inclinada aínda, a velocidade das minhas pernas não correspondeia à desejada. Parecia que andava a correr dentro de água. Mais uma vez a Rita sprintou e ultrapassou-me... Lembro-me de pensar que tinha de ir para a ginástica.
Contemporaneamente, no sentido oposto, descia a correr um preto todo vestido de beje ou caqui, como se fosse um colonial. Tinha um chapéu.
Continuei a subir. Como custava!
Encontro a cadeira onde tinha deixado o portátil. Lá estava a mala do computador e a carteira que era de por à cinta, como se usava nos anos 80.
Que alívio!
Abri a mala do portátil e... nada. Estava vazia! Tinham levado o computador, a internet móvel e o carregador de bateria. A carteira de pôr à cinta só tinha ficado com o porta moedas. Não levaram dinheiro, só a carrada de facturas que lá tenho guardadas para a loja e a minha carta osho para 2007.
Já era de noite. Controlei-me um pouco para não fazer escândalo. A Rita já tinha desaparecido e fiquei ali sozinha....
No computador tinha todo o meu trabalho dos ultimos 3 anos. Não tinha qualquer backup dos meus trabalhos sobre vegetarianismo, os workshops que recebi e dei, nem das fotos. Além disso, o computador é da minha irmã e só conseguia imaginar o meu pai aos berros comigo:
-Como é que te pudeste esquecer assim do computador?! - conseguia imaginá-lo perfeitamente.
Desço as escadas de madeira, em direcção à parte debaixo do bar. Soturno e cheio de gente, pretendo que os donos fechem a porta que agora já existe.
Ninguém sai de lá. Alguém deve ter visto o sucedido. Há que inquirir toda a gente.
Explico-lhes que tenho lá a vida e que não me importo de pagar para reaver o portátil. Sinto-me revoltada, frustrada, capaz de matar. "O dinheiro custa-me a ganhar! Vão mas é roubar as grandes potências" - penso eu enquanto o ódio cresce exponêncialmente dentro de mim.
Saio à rua (tipo bairro alto) e ando ali a correr à velocidade de caracol à procura de alguém com ar suspeito.
Dentro do bar/piscina, uma senhora diz que sabe quem roubou. Dá a descrição do homem (não me lembro qual era) e alguém liga para casa, a ver se o familiar em questão está disposto a devolver o material que não lhe pertence.
Ao que parece, o ladrão suícidou-se. Atirou-se ao rio, não se sabe porquê.
Ninguem chora, nem há qualquer tipo de alarido.
Peço à pessoa que está ao telefone para mandar trazer cá o computador. Comprometo-me a não denunciar ninguém. Só quero o material de volta. Imaginar a recriminação do meu pai consome-me mais do que a perda do trabalho. Estou mesmo aflita! Nervosa, ansiosa, revoltada e com muita, muita raiva!
Chegam os primos do falecido ladrão. Todos má onda, todos má fila.
Puxam-me com a pistola de pôr gasolina para a beira deles. Pedem-me para a segurar. Digo que a vou roubar, a ver se gostam. Eles riem-se.
Continuo a mandar bocas. A minha vontade é esfola-los vivos e se possível regar as feridas com álcool ao mesmo tempo!
Peço-lhes o computador e explico-lhes que eles não têm a noção da importância que aquilo tem para mim. Nem ouvem....
Estão todos do lado de fora do bar. É de noite. Estão encostados ao muro, o chão é de paralelepípedo e há algumas folhas verdes a saírem do outro lado do muro.
Entro no bar, enquanto decidem se me devem devolver o portátil ou não.
Desço 3 degraus. Dou um murro no tecto que é muito baixinho e cai-me um bocado do tecto em cima do braço. Dois quadrados da tijoleira que o tapava, para ser mais precisa.
Vejo os canos, as telhas e os barrotes que o sustentam.
QUE NERVOS! Venho-me embora para trás.
Agradeço a toda a gente que está à volta pela ajuda que me deram. Dou abraços, festas nas bochechas alheias como o dedo indicador dobrado em gancho. Algumas peles são mesmo macias.
Tenho vontade de chorar, uma rolha na garganta. Mantenho a pose.
Os primos do ladrão, vêm ter comigo. Decidem passar-me o portátil para a mão. Ligo para ver se é mesmo o meu.... afinal não.
Riem-se e pedem desculpa. Não sabem onde o encontrar, pois a única pessoa que podia ajudar, já não está entre nós.
Senti-me impotente, revoltada e farta daquilo tudo. Foi então que acordei!

Aínda estou meia abananada com o sono desta noite!
Será que alguém me consegue explicar isto?!

Friday, September 7, 2007

O Caso das Criancinhas Desaparecidas

Não, não venho falar do caso da "pequena madie", até porque sempre me revoltou o mediatismo à volta desta história toda (isso dá direito a um post inteiro: é uma rolha que aínda tenho de sacar).
Venho falar dum livro que me marcou profundamente e que um dia, quando aínda estudava em Vila Real, caí na asneira de emprestar a uma pessoa que nunca mais o devolveu.
(o meu pai sempre me disse: livros, não se emprestam!!! Devia ter estado mais atenta a estas palavras, mas enfim)


"O Caso das Criancinhas Desaparecidas" foi escrito por Luíz Pacheco, um dos melhores escritores portugueses de todos os tempos (na minha modesta opinião), cuja vida foi marcada pela miséria e pela honestidade (quase) insultuosa para com o mundo. Foi escrito num dos períodos mais duros da sua vida e a linguagem é de tal modo clara, verbal, explícita e bárbara (sorry babe, mas teve de ser) que se torna impossível pensar em pousar o livro e/ou não ficar afectado pelo seu conteúdo.
Definitivamente, é um dos livros da minha vida!
Só o li uma vez, nunca mais vi nenhum à venda (já corri livrarias, alfarrabistas, feirinhas e afins) e ando com uma vontade de o voltar a ler que nem imaginam!

Assim, serve o presente post para anunciar um pedido:
Tu, ser humano que lês atentamente estas palavras, que sabes o quão precioso pode ser um livro e compreendes este meu desejo ardente, se vires este livro à venda num sítio qualquer ou tiveres uma cópia em casa que já não queiras, por favor contacta-me através do mail ou deixando aí um comentário. Não hesito em comprar o livro, seja em que altura for, ou em que zona do país for (miaus, ebays, amazons e afins não têm. Já procurei ;) ).

Muito obrigada pela colaboração!
Um abraço sem pontapés no queixo,
Etelvina :D

Thursday, September 6, 2007

Mais uma para as estatísticas!

Ouvi agora na RTP2 que existe, neste momento, um Universo de 100000 mulheres empresárias em Portugal!
Mais de 1/3 das propostas de empreendedorismo apresentadas nos ultimos tempos foram feitas por pessoas do género feminino...
E eu sei que, em menos de uma semana, haverá mais uma para juntar às estatísticas..... ;)
Que orgulho :D


Aqui ficam alguns links que podem dar uma mãozinha às meninas que arriscam, mesmo tendo medo do escuro ;)

Km aos esses....

-E o juízo?!
-Hum... Deixei-o no bolso das outras calças..

Estes "cafezinhos" prolongados saem sempre demasiado caros... heheheheh.... cof, cof.... hum, hum...

Wednesday, September 5, 2007

Sintonias procuradas

Todos nós temos na vida aquela pessoa que amamos incondicionalmente!
Aquela a quem damos o que temos de melhor, aquela que faz brilhar os nossos olhos quando a imaginamos... para já não falar de quando a vemos!
O sorriso inconsciente e incontrolável... :D
Todos nós temos na vida, uma pessoa a quem desculpamos tudo e mais alguma coisa... porque o amor é cego. De quem preferimos levar chapadas atrás de chapadas a correr o risco de ficar sem ela por outra razão que não seja a morte.
Todos nós temos alguém que, mesmo sem saber, nos orienta. Mesmo sem o querer é indispensável; porque nestas coisas do coração, por mais alto que a cabeça grite e berre, é sempre o músculo do "tum-tum; tum-tum" que leva a melhor.
Eu tenho uma pessoa assim.
Que me tira o sono noites a fio, que me descontrola e me põe fora de mim, que me pode pedir para não dormir durante 3 noites seguidas para a ajudar num trabalho qualquer que está atrasado. Que põe o meu espírito frenético quando chega a altura das festas de Natal e Aniversário.... na procura da prenda perfeita, que o faça sorrir de plenitude...
A resposta do meu ser é qualquer demanda que me faça é: SIM, sem qualquer tipo de hesitação ou exigência...
Curiosamente é o primeiro ser a humilhar-me em publico, a acusar-me de falta de carácter, a mentir sobre o que sou e que nunca acredita que os meus sonhos e ideiais são executáveis. É incapaz de admitir erros e envergonha-se quando abro a boca. Incapaz de me aceitar como sou.
Por mais que me esforce e treine a mente, não consigo distancia-lo do meu coração.
Parece-me absurda a ideia de deixar de comunicar. Não vale a pena perder esse tempo.... não somos eternos e o amor por vezes atraiçoa-nos e não passa com a distância...
Reinvento-me de milhares de formas diferentes vezes sem fim. Leio artigos que não me interessam para poder ter um tema de conversa do seu agrado. Para conseguir ser interessante, cativante; para poder estar lá, ao seu lado...
Mas por mais que me esforce, não posso negar o que sou e o que gosto. O que sonho e idealizo e atiro-me de cabeça num projecto que acredito, que vejo com olhos de intervenção e que me faz sentir realizada só de imaginar nos frutos que podem ser produzidos a partir dali.
Ali sei que vou ser feliz.
Ele ri-se em tom trocista e diz que nada daquilo tem futuro... eu não tenho futuro...
Mas eu acredito no projecto.... na sua importância... no meu bem estar.... eu tenho de arriscar!
Já não peço ajuda, nem me atrevo a pedir a famosa "benção", queria apenas que não rogasse maus presságios. Nem pensa nessa hipótese. aquela cabeça tem a certeza que deste lado, nunca sai nada de bom.
Venho-me embora rastejante, pensativa sobre o que resta mim.
Colo-me à tv na esperança de deixar de pensar ou então de me vir uma iluminação divina que pelo menos me acalme.
Em som de fundo chega um pensamento alheio, que pelo menos me faz adormentar:

Mesmo o pior de todos os erros, é sempre melhor do que não tentar!

amor, amor, amor

Tuesday, September 4, 2007

Desafio!

Desde sempre que deliro com estas coisas dos testes e desafios ao estilo voyeurista.
Por isso, cá vai a minha resposta à provocação alheia ;)

Desafio:
1.Pegar no livro mais próximo
2. Abrir na página 161
3. Procurar a 5ª frase completa
4. Colocar a frase no blog
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo)
6. Passar o desafio a cinco pessoas

Curiosamente, ontem fui buscar alguns livros para a lojinha nova (adoro coíncidências), por isso tenho aqui ao lado um caixote cheio deles ;)
Aqui vai:

"Outras espécies desenvolvem também novos padrões de comportamento em resposta a novas condições"
in "O Cálice e a Espada" de Riane Eisler, ed. Via Optima

Como o "Saca Rolhas" aínda é um blog meio secreto, passo o desafio a todos aqueles que vierem cá dar uma espreitadela ;)

Monday, September 3, 2007

Entendi!

Cheira-me (do sentido: olfacto) que está a chegar a Primavera!!!!
Afinal é simples: andamos 6 meses para à frente e as estações voltam a bater certo ;)
Cá para mim, aínda vamos ter um Natal como os brasileiros... Praia, branco e muito, muito calor!!!

(estou para ver o quanto eu me vou rir a ler este blog daqui a 10 anos...)

Saturday, September 1, 2007

Corrida Red Bull

Nos ultimos dias, a cidade Invicta anda num alvoroço completo. Não se trata da festa do S. João ou do Porto campeão, mas sim dum evento Internacional de grande "gabarito", que move multidões. Falamos da afamada Red Bull Air Race 2007.

Corrida essa que consiste numa carrada de aviões de pequeno porte, conduzidos por pilotos com mais de 20 anos de experiência, a velocidades médias de 400 Km/h, que se divertem em acrobacias loucas sobre o nosso histórico rio vinhateiro.

Da loucura e excitação das acrobacias, nem adianta falar. Estamos perante aquele que deve ser um dos sonhos mais antigos do Homem: VOAR.... (aínda no outro dia sonhei que voava).
E até compreendo +/- as 250000 pessoas (sim, sim, o numero é oficial) que se deslocaram ontem às margens do rio Douro para verem os treinos dos tais aviõezitos acrobáticos enquanto sonhavam em ser pilotos aviadores.
Mas a verdade é que a adrenalina a sério, só os 13 pilotos é que conseguem disfrutar. Nós, comuns mortais, não podemos mais do que sonhar...

Ok, cada um sonha à medida daquilo que a sua personalidade e conhecimentos lhes permite. E quem sou eu para dizer algo sobre isso: os meus sonhos são aínda mais audaciosos do que ser piloto de máquinas voadoras.
Mas tenho de soltar a rolha que me me está a tapar a garganta.

Falamos dum evento em que os bilhetes, esgotados há mais de 15 dias, oscilam entre os 60 e os 600€. Um evento que, supostamente, traria muita gente estrangeira à Invicta e seria um modo óptimo de divulgação da cidade (assim como o Porto 2001). Facto é que o Aeroporto Sá Carneiro não registou alterações de afluência, e os hóteis e pensões da zona não ganharam quase nada com isso.
Podemos também falar dos 700m pista alcatroada construída de propósito para o evento, no Parque da Cidade.... E que tal plantarem 700m árvores pela cidade?! Ok, já estou a pedir demais, eu sei.

Mas a brincadeira não pára por aí... hehehe
Em leituras sobre o evento (sim, andei a pesquisar para poder criticar), soube que a Organização do Red Bull Air Race 2007 Porto "desistiu de pagar o plano distrital de protecção civil, tal como inicialmente acordado". Não esperamos nenhum acidente (nem quero imaginar) mas.... é impressão minha ou esta atitude é bastante incorrecta?! Será que há algum plano de protecção?! Quem o terá pago?! Cheira-me que dei o meu contributo à força... ;)

Isto para não falar das litradas exorbitantes de gasóleo que estes meninos vão consumir em 3 dias. Estamos numa era em que só se fala de aquecimento global, poluição, quitoto, etc... e o preço do petróleo está nos valores que todos conhecemos de cor e salteado. Será que sinto alguma incongruência?!
E já que estamos numa de ambiente... além do barulho ensurdecedor (estive 6 horas a trabalhar ao som de vrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuum, vvvvvvrrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmm.), experimentem olhar para o céu e verem as nossas aves todas atónitas de um lado para o outro em busca dum refugio ;)

Decididamente, não gosto deste evento!
Quanto àqueles que estão tristes por não o poderem ver este ano, não se preocupem. Eles voltam em 2008 e 2009 :(

E pronto, já saquei a rolha! Ufa, que alívio! :D